20/05/2011

O que fazer com os anjos emprestados por Deus?

A violência é um componente que oprime, amargura e degenera a sociedade. Sua eclosão vai se intensificando e a autoridade parece ter sido tragada por um estado de inércia, profunda sonolência. 
É um processo que desconhece fronteiras e limites, avançando sobre todas as classes sociais e faixas etárias. Como elo mais fraco da corrente, os pobres sofrem mais, muito mais. 
A escola não consegue se manter ao largo deste ambiente caliginoso e sofre as conseqüências da letargia dos responsáveis. A violência nua e crua que se manifesta nas ruas com todas as suas nuances e facetas, resolveu romper as salas de aula. E de forma definitiva. 
Quando acorre à mente, a primeira imagem do ambiente escolar sempre é a de alunos em sala de aula, compenetrados, o mestre ministrando a disciplina, no intervalo o zumzumzum habitual, a algazarra do recreio; de tempos em tempos, a aflição nos momentos de prova, de sabatina... Vez por outra uma rusguinha aqui, um bate boca acolá, algum entrevero chegando às vias de fato na pelada de futebol, mas nada que não se resolvesse, no ápice, com uma advertência, uma ligeira penitência e uma boa prosa com os pais. 

Mas as coisas mudaram, e neste caso, para pior, para bem pior. 

Não se trata mais dos pequenos conflitos, das discussões e embates pueris, das brigas quase infantis, das indisposições circunstanciais que não resistiam à fração do instante. A violência dos dias de hoje está vestida para matar, carrega drogas, facas, estilete, soco inglês, armas de fogo, crack e drogas pesadas. O beicinho, o ‘ficar de mal’, o ‘belém-belém-nunca-mais-ficar-de-bem’ só resiste na pré-escola, e olhe lá!

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